Película lacrimal
O
N
conhecimento preciso da película lacrimal é algo
com muito interesse na hora de conhecer as
possibilidades terapêuticas.
Em termos clássicos, pensava-se que a película lacrimal
tinha três camadas sobrepostas: mucínica, aquosa e lipídica.
Mas, actualmente, sabe-se que somente existem duas: a
camada lipídica, por cima, e a mucínica e aquosa constituin-
do um gel hidratado cujo gradiente mucínico cresce à
medida que nos aproximamos do epitélio. No epitélio da
superfície ocular, tanto da conjuntiva como da córnea,
existem uma série de mucinas de membrana, antigamente
denominadas de glicocálice e outras mucinas, solúveis,
dissolvidas na água.
o que respeita à camada lipídica, ela é bastante mais
complexa do que se pensava. Há um estrato mais
superficial, constituído por lípidos hidrofóbicos ou
não polares, que terão uma acção anti-evaporação. Surge
depois uma camada muito importante, que actua como
surfactante, directamente relacionada com o gel hidratado
e unida a ele por uma série de proteínas (as lipocalinas). É
constituída por uma série de lípidos hidrofílicos ou polares,
fundamentalmente a esfingomielina, a fosfatidilcolina e a
fosfatidiletanolamina.
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