palito de prata para raspar as belidas devia tirar-se da mão destes
idiotas como uma faca de ponta, que prohibem justamente as de
Sua Majestade pois na mão destes intrépidos que o não sabem
manejar, dá causa a mil erros irremediáveis. Eu vi uma pessoa de
ilustre qualidade confiar-se a um barbeiro, ou cirurgião de meia
carta, que tudo vale o mesmo, para lhe curar uma ophtalmia com
belida. Tanto que o barbeiro se viu aceite pelo Fidalgo, puxou
do instrumento com um prudente desembaraço e nada mais fez
que romper a córnea transparente, lançar fora o humor aqueo e
formar um horrendo staphyloma, que custou a curar-se no espaço
de três mezes, e ainda assim ficou o doente cego».
Em 1793 a Rainha D. Maria I, dada por alienada, adoece com
doença dos olhos, que inspirou grande cuidado.
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O seu assistente
era o doutor Francisco Tavares, que naturalmente aconselharia
a consulta dum especialista. Quem se impunha como tal era
Joaquim José Santana, não só pela qualidade de lente no Hospital
de S. José, mas também pela sua incontestada competência. Mas
tal se não fez e foi chamado o cirurgião Norberto Chalbert, que
curou a doente.
Em 27 de Agosto de 1802 António Soldati, cirurgião natural de
Itália foi nomeado Cirurgião Mor do Hospital Militar de Elvas.
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