Superficie Ocular - page 310

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inicial. Os intervalos entre episódios tendem a diminuir ao fim de 3-4 anos
5,13
. A associação a
patologias sistémicas é mais frequente quando o padrão de recorrência é mais irregular. Por
outro lado, quandoassociadaapatologias sistémicas, aepisclerite tendea termaiornúmerode
recorrências.
ExameOftalmológicoeDiagnósticoDiferencial
O exame oftalmológico destes pacientes deve incluir avaliação da acuidade visual, motilidade
ocular, biomicrosopiae fundoscopia.
Para além da área de inflamação episcleral (tipicamente localizada na área interpalpebral),
identifica-se frequentemente uma injeção difusa ou localizada da conjuntiva bulbar adjacente.
A caracterização das secreções associadas é muito importante, dado que as associadas à
episclerite são tipicamente aquosas. A presença de secreções purulentas ou mucopurulentas
sugere um diagnóstico infeccioso. Edema palpebral associado pode ocorrer mas também é
pouco frequente. Alterações corneanas são incomuns mas podem incluir
dellen
e infiltrados
corneanos periféricos, geralmenteadjacentes aumnódulo. As episclerites podemassociar-sea
uveíteanterior eaumentodapressão intra-ocular ematé10%e7%dos casos, respetivamente.
A distinção entre conjuntivite e episclerite ou entre episclerite e esclerite pode ser auxiliada
medianteaaplicação tópicade fenilefrina.A fenilefrinaa2,5%provocavasoconstriçãodosvasos
conjuntivaismasnãodos vasos episclerais, colocandoestes emevidência. Jáa fenilefrinaa10%
causa vasoconstrição tanto dos vasos conjuntivais como episclerais, mas não do plexo vascular
profundo que recobre a esclera, que apresenta pouca resposta vasoconstritora à fenilefrina
a 10%. Uma vez que na episclerite ocorre pouco ou nenhum envolvimento do plexo vascular
profundo, ahiperémiaoculardeverádiminuir significativamente10minutosapósa instilaçãode
umagotade fenilefrinaa10%.
Na biomicroscopia é também fundamental a observação cuidadosa dos limites superficial
e profundo do feixe de luz em fenda, para a distinção entre episclerite nodular e esclerite.
Na episclerite há alteração do limite superficial, que aparece deslocado anteriormente,
correspondendo aoedemaepiscleral,mas nãodo limiteprofundo. Naescleritehá alteraçãode
ambosos limitesdo feixede luz, peloedema tantoepiscleral comoescleral.
ExamesComplementaresdeDiagnóstico
Em todos os doentes deve ser feita uma história clínica exaustiva, incluindo uma revisão por
aparelhos e sistemas, orientando eventuais exames complementares dediagnóstico consoante
as alterações encontradas. Na maioria dos doentes com doença ligeira auto-limitada não é
necessáriaa realizaçãodeestudos laboratoriais.
Pacientes que apresentam episódios graves e recorrentes de episclerite e que não apresentam
alteraçõesna revisãopor aparelhose sistemaspoderãobeneficiar deumestudo complementar
limitado, oqual poderá incluira realizaçãodehemogramacom fórmula leucocitária, ácidoúrico,
anticorpos anti-nucleares, factor reumatóide, velocidade de sedimentação, VDRL, FTA-ABS e
radiografia torácica.De sublinharquenãoexistenenhumgrupoou “pacote”deexamesa serem
pedidos nestas circuntâncias; o estudo complementar deve ser sempre orientado pela história
clínica, peloquepode ser valiosaa colaboraçãodeum InternistaouReumatologista.
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