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Atlas de Ecografia Oftálmica
Vol I - Ecografia do Segmento Posterior
8 –INFLAMAÇÃO OCULAR
A
inflamação ocular
independentemente da
sua etiologia, acompanha-se frequentemente
de hipotransparência dos meios – opacidades
na córnea, na câmara anterior, no vítreo, catara-
ta, que dificultam a observação do fundo ocular.
Portanto, a ecografia impõe-se mais uma vez
como método de estudo imagiológico de pri-
meira linha.
8.1. ESCLERITE POSTERIOR
A
esclerite posterior
afeta o segmento pos-
terior de uma forma difusa ou nodular e muitas
vezes não é possível identificar a sua etiologia.
Alguns casos estão associados a doença sisté-
mica sobretudo vasculites. Outros, estão asso-
ciados a inflamação intraocular (panuveíte), ou
orbitária (celulite, tumor, pseudotumor, oftalmo-
patia tiroideia).
Provoca numa fase inicial espessamento da
esclerótica e acompanha-se de dor, sinais in-
flamatórios e limitação da motilidade ocular. O
diagnóstico clínico nas formas anteriores é ge-
ralmente evidente, mas nas esclerites posterio-
res a informação obtida com o exame ecográfi-
co é extremamente valiosa.
A fundoscopia pode revelar a presença de DR
seroso, edema do disco ótico, pregas da coroi-
deia (fig 74), pelo que se torna necessário ex-
cluir sempre a presença de tumor intra ou ex-
traocular.
• Na
esclerite posterior difusa
o achado
ecográfico mais importante é o espessa-
mento difuso da parede ocular acompanha-
do de aumento do espaço subtenoniano
(espaço virtual que em condições normais
não é identificável).
Assume a forma de uma linha espessa hipor-
refletiva que divide a parede ocular da gordura
orbitária (fig 75 a-b). Quando envolve a região
peripapilar obtém-se uma imagem ecográfica
muito típica –
sinal do T
(fig 75 c-d). Podem
ainda identificar-se descolamento da coroideia
e/ou retina.
Fig 74 – Esclerite posterior: a) edema do disco ótico; b) pregas da coroideia
a
b