Retina Volume 1 - page 142

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ISTROFIA
AREOLAR CENTRAL
Descrita inicialmente por Nettleship, em 1884.
É uma distrofia macular, hereditária, autossómica
dominante.
É uma patologia pouco frequente, mas grave.
Clinicamente, pode considerar-se numa linha
de fronteira entre a distrofia de cones e a
degenerescência macular ligada à idade, tipo
atrófico.
GENÉTICA:
A maioria dos casos de Distrofia areolar central
ocorre esporadicamente.
Contudo, a transmissão autossómica dominante
está bem documentada.
Transmissão autossómica dominante, com
localização do gene em 17p (descritos também
casos esporádicos). É causada por uma mutação
Arg-142 Trp do gene periferina/RDS.
HISTOPATOLOGIA:
- Atrofia do EPR, fotoreceptores e coriocapilar na
área da lesão.
- Diminuição da espessura da camada nuclear
externa.
SINTOMAS.
A doença apresenta uma idade de início entre os
20 e os 40 anos, e manifesta-se por diminuição
progressiva e bilateral da visão central. Nas fases
mais evoluídas, a acuidade visual está reduzida a
1/10 ou 2/10.
CLÍNICA:
Por ordem cronológica:
Aspecto granuloso (despigmentação
granular) inespecífico da fóvea.
Atrofia limitadadoEPRedesaparecimento
da coriocapilar ao nível da mácula.
Atrofia geográfica, de progressão lenta, no
seio da qual se encontram visíveis grandes
vasos coroideus proeminentes.
Nas fases finais constitui-se uma área atrófica
central, não só do EPR, mas também da
coriocapilar. Esta área atrófica está bem delimitada
relativamente à retina normal envolvente.
EXAMES COMPLEMENTARES:
AF: Hiperfluorescência moderada, não uniforme,
correspondendo à despigmentação granular
da área macular, onde sobressaem minúsculos
pontos hiperfluorescentes sem difusão. O aspecto
do fundo ocular e angiográfico é comparável às
formas clínicas descritas na distrofia progressiva
de cones.
ERG:Normal.
ERG multifocal – Está alterado.
EOG: Normal (pode ser subnormal).
CV: O escotoma central, inicialmente relativo,
torna-se absoluto, sendo normais as isópteras
periféricas.
EVOLUÇÃO:
É característica. Assintomática até aos 35-40 anos
de idade. A diminuição da AV ocorre a partir dos
45-50 anos. Em idade > 60 anos a AV habitualmente
é, em média, 1/10
1
.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
DMI – No entanto, a distrofia areolar
central não se acompanha de drusens.
D. STARGARDT – A distrofia areolar
central
não
apresenta
manchas
flavimaculatus, nem ocorre o silêncio
coróideu angiográfico típico da D. Stargart.
DISTROFIA CONES E BASTONETES
– A distrofia areolar central não
apresenta alterações electroretinográficas
características.
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