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pela primeira vez e este aumento deve-se a uma melhor avaliação pré-operatória, melhores
materiaisde suturae instrumentoscirúrgicos, bemcomomelhoresprocedimentosanestésicos.
7
O sucessodesta técnica rondaos 90-99%, dependendodaexperiênciado cirurgião.
7,8
Dos factores que podem influenciar a taxa de sucesso da dacriocistorrinostomia externa é
importante referir o crescimento de tecido fibroso, a obstrucção do canalículo comum, a
localização e o tamanho inadequado da janela óssea, a cicatrização da rinostomia, a doença
sistémica activa, pneumatização etmoidal, o mucocelo persistente e a síndrome de SUMP
(formaçãode sacos residuais).
7,8,16,17
A popularidade deste procedimento reside na previsibilidade e elevada taxa de sucesso, no
seu apelativo custo económico e na visualização directa da anatomia em comparação com a
dacriocistorrinostomiaendonasal.Noentanto,aelevadataxadesucessodadacriocistorrinostomia
externa não diminuí as limitações deste procedimento. A presença de uma cicatriz externa,
a lesão potencial das estruturas cantais mediais, a rinorreia de líquido cefalorraquidiano e a
interferência funcional daacçãofisiológicadabomba lacrimal pelaacçãodomúsculoorbicular.
DacriocistorrinostomiaViaEndonasal
McDonogh e Meiring descreveram o primeiro procedimento de dacriocistorrinostomia por
via endonasal moderno em 1989.
18
Aproveitando o crescente desenvolvimento das técnicas
microcirúrgicas endonasais, a via endonasal passou a apresentar-se como uma escolha
alternativa à abordagem externa. Mantém amesma eficácia que a abordagem convencional,
sendomenos traumática e evita a necessidade de uma incisão na pele ou uma disrupção das
estruturas cantaismediais.
19
No entanto, o sucesso da dacriocistorrinostomia por via endonasal está completamente
dependentedo conhecimentodaanatomia intranasal.
7
A técnica cirúrgica consiste em: vasoconstricção e anestesia damucosa nasal; sob visualização
endoscópica, incisão do retalhomucoperiostal sobre a linhamaxilar a partir da conchamédia
com 1cm de extensão com limites posteriores junto ao processo uncinado; osteotomia na
porção superior/anterior doprocessouncinado e sua excisão (uncinectomia); abertura do saco
lacrimal (que pode ser facilitado pela indentação com uma sonda introduzida pelo canalículo
superior) com remoçãodeparteda suaparedemedial, com cuidadonapreservaçãoda válvula
deRossenmuller; entubaçãodas vias lacrimais comfiode silicone.
Oosso lacrimal éumossodelgadoede fácil identificaçãoumavezquecede facilmenteàpressão
lateral exercida comum instrumentoangulado. Noentanto, a suadelimitaçãoendoscópicanão
é tão simples e torna-se difícil distinguir o limite entre o osso lacrimal e o processo unciforme,
uma vez que se tratam de estruturas adjacentes e de consistência óssea semelhante. Ajuda
compreender as relações da linhamaxilar (que resulta da junçãodoprocesso frontal damaxila
com o osso lacrimal posteriormente) com as estruturas adjacentes, uma vez tratar-se de um
parâmetroanatómicoútil, de fácil identificação, visível á inspecçãoendoscópica, oquepermite
uma completa identificaçãodoprocessouncinado.
18,20
Auncinectomia consisteem remover de
iníciooprocessouncinadonomeatomédio. Esta técnica facilita e reduz o tempo cirúrgico, e é
um passo cirúrgico importante dispensando o uso de brocas para remover a parede óssea que
separa o saco lacrimal da cavidade nasal
18,21
. O processo uncinado, vísivel endoscopicamente
comoumasaliêncianomeatomédio, constituí uma janelaparaosaco lacrimalmaisposteriordo
queasoutras formasdeacessoendonasal. Devidoaessa localizaçãomaisposterior, esteacesso
estámais propenso a obstáculos, não só pelos desvios anteriores, mas também pelos desvios
posterioresdo septo.
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