Oftalmologistas
Portugueses
pelo Mundo
24.25
o estabelecimento de um curso de ophthalmologia no hospital
de S. José, e escrevendo o seu excellente «Elementos de cirurgia
ocular» (1793), e “o Tratado” dos olhos de Pedro Hispano
proporcionalmente às épocas em que floresceram, prestaram
sem dúvida alguma um subido serviço à sua pátria».
Em1869chegaaLisboa PedroAdrianoVan-der-Laan,oftalmologista
holandês vindo de Utreque e discípulo de Donders
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.
Em 1874, Van-der-Laan, juntamente com Francisco Lourenço
iniciou a publicação da revista científica de oftalmologia
«Ophthalmologia Prática».
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Francisco Lourenço da Fonseca, de origem brasileira era filho
do comendador Francisco Lourenço da Fonseca que emigrou
para o Brasil. Este comerciante prestou relevantes serviços, pelo
que o rei D. Luís I lhe concedeu a comenda da Ordem de Cristo.
Como vereador da Câmara Municipal de Lisboa, deixou o seu
nome vinculado a importantes melhoramentos nos jardins da
Estrela e de S. Pedro de Alcântara, além de ter promovido a
arborização de vários largos e praças. Foi da sua iniciativa, em
24 de Janeiro de 1876, a proposta de expropriação dos terrenos
onde se rompeu a Avenida da Liberdade.
Francisco Lourenço da Fonseca Júnior (Fig. 5) veio para
Portugal estudar, tendo inicialmente cursado Engenharia Civil
e posteriormente passado para a Escola Médico – Cirúrgica de
Lisboa, onde tirou o curso de Medicina. Formou-se em 1876
tendo defendido a tese «Atrofia do nervo óptico».
Desde sempre se dedicou às Belas Artes e à Literatura. Literatura
que o levou a conhecer muito de perto Camilo Castelo Branco.
Já médico e conhecedor de Oftalmologia foi um dos clínicos que
observaram Camilo e mais um que confirmou ser a sua cegueira
irreversível.
Camilo Castelo Branco sofria de neuropatia sifilítica.
Em Portugal, nos finais do século XIX, a Oftalmologia ainda
não existia como especialidade médica:
Segundo José Emygdio da Conceição Flores em 1875:
«Todas as nações da Europa teem porfiado em produzir
melhores especialistas e livros d’ophthalmologia, todas se teem
empenhado n’este certame, só Portugal, adormecido á sombra
de seus velhos loiros, parece viver inconsciente d’este movimento
geral, e sem brios para melhorar o seu presente. A Allemanha,
Hollanda, França, Inglaterra, Bélgica, e Itália, principalmente,
possuem excelentes médicos oculistas e tratados indígenas.
Portugal importa uns e outros, de modo que esta grande nação