Retina Volume 2 - page 131

RETINA
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ASGADURA
DO EPR
A rasgadura do EPR é uma entidade evolutiva,
observada na evolução dum DEP seroso ou
fibrovascular.
É uma complicação irreversível e que se manifesta
por um síndrome funcional grave.
Pode ser espontânea ou surgir após fotocoagulação
laser, PDT, termoterapia transpupilar.
PATOGÉNESE:
Teoria inicial: Baseada na existência dum plano de
clivagem entre a membrana basal do EPR e a m.
Bruch.
Teoria neovascular: Associação da rasgadura EPR
com NVSR.
Teoria mecânica: Tensão de superfície radiária e
tensão de curvatura.
SINAIS CLÍNICOS:
Na fase aguda da constituição duma rasgadura
EPR, o Síndrome macular surge ou acentua-se
subitamente, com uma diminuição importante da
acuidade visual, quando a rasgadura atinge a zona
foveolar.
No fundo ocular, aprecia-se uma área coroidea
hipopigmentada desnudada e uma zona adjacente
hiperpigmentada, que corresponde ao EPR
enrolado.
A lesão subdivide-se em 3 partes:
- 1ª zona, central, escura, rectilínea ou fusiforme,
corresponde à retracção do EPR rasgado.
- 2ª zona, clara, evoca pelo seu aspecto translúcido,
uma placa de atrofia do EPR, correspondente à
membrana de Bruch e à coriocapilar colocada a
nu.
- 3ª zona, corresponde ao descolamento limitado
e residual do EPR, do outro lado da zona escura.
Se a lesão é observada tardiamente, podem existir
exsudados profundos ou um edema macular
cistóide.
ASSOCIAÇÃO:
DMI
Trauma
Efusão coroidea
Panuveíte
EXAMES COMPLEMENTARES:
AF: Hiperfluorescência precoce, por transmissão
da fluorescência coroidea, sem difusão em
tempos tardios. O EPR retráctil é constantemente
hipofluorescente, enquanto que o descolamento
residual se preenche moderada e tardiamente.
ICG: São visíveis os grandes vasos coróideus, no
seio da zona desnudada, enquanto que o EPR
retráctil permanece hipofluorescente.
OCT: Evidência de 2 zonas: a 1ª zona, onde o EPR
está elevado, retráctil e parcialmente enrolado; a
2ª zona, onde a coróide é colocada a nu, com um
espaço opticamente vazio atrás da retina sensorial
e uma área hiperreflectiva da coróide.
EVOLUÇÃO:
A reabsorção progressiva do descolamento seroso
da retina origina uma proliferação fibrovascular
que vai recobrir toda a lesão e levar a uma cicatriz
macular disciforme.
Menos frequentemente, a evolução conduz a uma
placa de atrofia macular.
A evolução compreende uma sucessão de 3
quadros clínicos, que podem ser individualizados
segundo a sua cronologia:
Fase de pre-rasgadura, com modificações
progressivas dos neovasos e da parte
serosa do DEP.
Fase de rasgadura constituída, ou aguda
Fase de cicatrização
PROGNÓSTICO:
Mau prognóstico visual se a localização da
1...,121,122,123,124,125,126,127,128,129,130 132,133,134,135,136,137,138,139,140,141,...280
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