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quatrovezespordia.NosdoentescomOlhoSecograve,deficiênciadoaclaramento lacrimal eou
obstruçãodadrenagemnãodeverão serutilizadosconservantes. Estespoderãogerar toxicidade
epitelial pormaior tempode exposição e inflamaçãoda superfície ocular. Portadores de lentes
de contacto também não devem utilizar colírios com conservantes. Assim, a utilização de
lubrificantesocularessemconservantesémais importantedoqueaescolhadeumdeterminado
agente polimérico. Contudo, a prescrição de lubrificantes sem conservantes pode contribuir
para uma diminuição da
compliance
ao tratamento por estes seremmais caros e por muitos
deles estaremacondicionados em recipientesunidose, tornandoa suautilizaçãomaisdifícil por
doentesmais idosos.
Umadasprincipais limitaçõesdotratamentocom lubrificantesoculareséadificuldadedeobtenção
de uma superfície ocular permanentemente bem lubrificada. Isto resulta do facto da secreção
normal da lágrima ser um processo contínuo e a aplicação da lágrima artificial ser intermitente.
Para tentar ultrapassar este obstáculo, múltiplas formulações apresentam constituintes com
propriedades mucoadesivas que aumentam o tempo de retenção na superfície ocular. Muitas
delas são formuladascomogéisviscosos, tendocomoefeito secundáriouma turvação temporária
da visão, pouco toleradapor alguns doentes. A capacidadedeadesãoà camadamucosadofilme
lacrimal dosváriospolímerosémostradanafigura8.Há também insertosdehidroxipropilcelulose
que são colocados no fundo de saco conjuntival inferior, com tolerância razoável por parte de
muitosdoentes, eque sedissolvemao longododiade formaconstante.
Figura8. Capacidademucoadesivadospolímerospresentesnos lubrificantesoculares
Adaptadode: CalongeM (2001)
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A eficácia terapêutica dos lubrificantes oculares pode ser avaliada de forma subjetiva pela
capacidadeem reduzir a sintomatologia, pelo confortoaquandoda sua instilação, pelonúmero
de instilações necessárias ao longododiae, de formaobjetiva, pela capacidadeemmelhorar a
estabilidadedofilme lacrimal ediminuir onúmerode lesõesda superfícieocular externa.
Um estudo recente revelou um ligeiro benefício clínico com o uso do hialuronato de sódio
quando comparado com a hipromelose e o carbómero, contudo a diferença não foi considerada