Atlas Ecografia - page 26

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Atlas de Ecografia Oftálmica
Vol I - Ecografia do Segmento Posterior
2.4. O EXAME ECOGRÁFICO NORMAL
O exame ecográfico de contacto transpalpebral
modo A e B do globo ocular normal varia de
acordo com as incidências escolhidas:
• Na
incidência axial
, os primeiros ecos mal
individualizados correspondem à pálpebra/
córnea. A câmara anterior (humor aquoso)
não apresenta refletividade e o segundo
conjunto de ecos corresponde ao plano íris/
face anterior do cristalino. Este, na ausência
de catarata também não apresenta refletivi-
dade. Posteriormente é possível identificar
um eco de amplitude alta correspondente à
face posterior do cristalino, depois a cavida-
de vítrea sem ecos significativos – “silêncio
vítreo” e por fim o nervo ótico sob a forma
de um cone hiporrefletivo. A parede ocular
(retina/coroideia/esclerótica) apresenta um
conjunto de ecos de amplitude máxima,
assim como a gordura orbitária (fig 14 a). No
olho pseudofáquico identificam-se ecos de
máxima amplitude correspondentes à lente
intraocular no saco capsular e que se prolo-
gam para a cavidade vítrea – ecos de rever-
beração (fig 14 b).
Nas
incidências transversais e longitudinais
não se visualizam os ecos correspondentes à
córnea/CA/cristalino, uma vez que a sonda é
colocada em posição paraxial. É também pos-
sível identificar os MOM, hiporrefletivos, sob a
forma de elipse nas incidências transversais e
sob a forma fusiforme nas longitudinais (fig.15).
2.5. BIOMETRIA
A biometria possibilita não só a medição do
comprimento axial ou diâmetro ântero-posterior
do globo ocular, mas também a medição de le-
sões intraoculares, em especial de tumores da
coroideia. Assim, é possível de uma forma rá-
pida, não invasiva e económica acompanhar a
sua evolução e monitorizar a resposta ao trata-
mento.
COMPRIMENTO AXIAL (
CA) No
adulto,
o comprimento axial varia entre 22-24 mm.
Nos olhos míopes verifica-se o seu aumen-
to, acompanhado por vezes de uma altera-
ção na morfologia do GO que se traduz pela
presença de um estafiloma posterior – dife-
rença de curvatura a nível do polo posterior.
O estafiloma pode localizar-se ao NO ou à
retina nasal/temporal (fig 16 a). Nos olhos
hipermétropes ou na microftalmia, pelo con-
trário, verifica-se uma diminuição do CA
acompanhado nos casos extremos (nanof-
talmos) de espessamento difuso da parede
ocular (fig 16 b).
A cirurgia de descolamento de retina provoca
também uma alteração na biometria, sobretudo
quando se realiza a técnica da depressão circu-
lar
(cerclage)
. É então evidente a identação do
GO e um aumento do CA (fig 17 a).
Nos casos de hipotonia, qualquer que seja a
causa, verifica-se uma redução marcada do
CA e procidência do NO (fig 17 b). O caso ex-
tremo, quase sempre secundário a patologia in-
flamatória ou traumática, corresponde à atrofia
do globo ocular -
phthisis bulbi
(fig 17 c). Nestes
casos, identifica-se também grande espessa-
mento da parede ocular com áreas de calcifi-
cação e desorganização de todo o segmento
posterior, frequentemente acompanhado de
descolamento de retina (fig 17 d).
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