MGD TEAR FILM OCULAR SURFACE SOCIETY - page 6

IOVS, Special Issue 2011, Vol.52, nº4
6
objectivo do tratamento da DGM. O papel da inflamação
na etiologia da DGM é controverso e incerto.
A literatura recente tem usado os termos “Blefarite pos-
terior” e DGM como se fossem sinónimos, contudo estes
não são permutáveis. “Blefarite posterior” é utilizado para
descrever condições inflamatórias da margem posterior
da pálpebra, das quais a DGM é apenas uma causa. Na
sua fase inicial, a DGM pode não ser associada a sinais
clínicos característicos da blefarite posterior. Nesta fase,
os indivíduos afectados podem apresentar sintomas, ou
serem assintomáticos e o problema ser considerado como
subclínico. Consoante a evolução da DGM, os sintomas
desenvolvem-se e podem tornar-se mais visíveis os sinais
na margem da pálpebra, como alterações na facilidade de
expulsão e na qualidade do meibum ou ainda hiperémia na
margem da pálpebra. Nesta fase, diz-se que está presente
uma blefarite posterior relacionada com a DGM.
Considera-se o termo DGM apropriado para descrever as
anomalias funcionais das glândulas meibomianas. O ter-
mo “doença das glândulas meibomianas” é utilizado para
descrever um leque maior de distúrbios das glândulas de
Meibomius incluindo neoplasia e doenças congénitas. Ou-
tros termos como
meibomite
ou
meibomianite
descrevem um
subconjunto de distúrbios da DGM associados à inflama-
ção das glândulas meibomianas. Embora a inflamação pos-
sa ser importante na classificação e na terapia da DGM,
esses termos não são suficientemente genéricos, visto que
a inflamação nem sempre está presente.
A DGM pode ser classificada em função de alterações ana-
tómicas, alterações patofisiológicas, ou da gravidade da do-
ença. Qualquer sistema de classificação deve atender às ne-
cessidades tanto do médico quanto do investigador. Uma
classificação baseada na patofisiologia é considerada como
sendo a melhor para atender a essas necessidades.
Propõe-se uma classificação da DGM em duas categorias
principais baseadas na secreção das glândulas meibomia-
nas: 1) Estados de Baixa Secreção e 2) Estados de Alta
Secreção (Figura 1). Os Estados de Baixa Secreção são
ainda classificados como 1) Hiposecretor e 2) Obstruti-
vo, com subcategorias de Cicatricial e Não-Cicatricial. A
DGM hiposecretora descreve um problema de secreção
reduzida de meibum causado por anomalias nas glândulas
meibomianas sem obstrução significativa. A DGM obstru-
tiva é causada pela obstrução do ducto terminal. Na forma
cicatricial, os orifícios do
ducto são arrastados pos-
teriormente para a mucosa,
enquanto esses mesmos ori-
fícios permanecem na sua
posição normal na DGM
não-cicatricial. A DGM
hipersecretora, de Alta Se-
creção, é caracterizada pela
secreção de um grande vo-
lume de lípidos na margem
da pálpebra,
visível quan-
do se aplica uma pressão
no tarso durante o exame
clínico
. Cada categoria de
DGM também possui cau-
sas primárias, referindo-se a
condições para as quais não
existem causas subjacentes
discerníveis ou etiologia.
Regra geral, a DGM pode
causar alterações do filme la-
crimal, sintomas de irritação
ocular, inflamação e olho
seco.
Figura 1. Classificação da DGM.
1,2,3,4,5 7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,...20
Powered by FlippingBook