Retina Volume 2 - page 157

RETINA
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ETINOPATIA
HIPERTENSIVA
Refere-se às alterações vasculares retinianas
associadas com HTA. A coroidopatia hipertensiva
pode acompanhar as fases agudas da retinopatia
hipertensiva.
Resulta da associação de lesões de origem vascular
devido a HTA e ao envelhecimento das paredes
vasculares (arteriosclerose).
A retinopatia pode manifestar-se de modo crónico
e irreversível (ligada a alterações progressivas da
parede arteriolar (omais frequente) ou de maneira
aguda e reversível (ligada à interacção entre a
elevação da pressão arterial sistémica elevada e a
autoregulação vascular).
É importante o facto da retinopatia hipertensiva
poder agravar a retinopatia diabética.
A vascularização da retina tem a capacidade de
se autoregular, até certo ponto. A vascularização
coroidea responde a uma elevação de T.A. por
uma regulação via SN autónomo.
A retinopatia hipertensiva corresponde aos sinais
de atingimento microvascular da retina, que se
desenvolvem em resposta a um aumento da tensão
arterial sistémica, e que ultrapassam a capacidade
de autoregulação
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.
A retinopatia hipertensiva pode ser dividida em
fases aguda e crónica.
HIPERTENSÃO ARTERIAL AGUDA:
Os sinais de retinopatia hipertensiva são o
reflexo duma elevação da T.A. sistémica sobre as
diferentes túnicas vasculares e resposta das túnicas
à pressão. Quando ocorre um aumento agudo da
pressão arterial, estabelece-se um vasoconstrição
activa das arteríolas retinianas, que pode originar
uma oclusão das arteríolas e capilares, nos casos
mais graves.
Clínicamente, os sinais de retinopatia hipertensiva
traduzem-se por um estreitamento vascular
localizado ou difuso, associado a uma oclusão
arteriolar e manchas algodonosas.
Em caso de uma elevação importante da pressão,
o sistema de autoregulação pode ser ultrapassado,
o que origina uma ruptura da barreira
hematoretiniana, identificada pelo aparecimento
de hemorragias retinianas superficiais, um edema
da papila e exsudados duros, frequentemente com
disposição estrelar, na região macular.
A coróide não se autoregula e pode originar um
aumento da passagem transcapilar.
Em caso de normalização da pressão arterial, estes
sinais desaparecem em semanas.
HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÓNICA:
A arteriosclerose retiniana (espessamento da
parede arteriolar) surge de modo mais acelerado
nos doentes em que a pressão arterial está mal
equilibrada.
É assintomática, na ausência de complicações.
Histológicamente, encontra-se uma alteração
dos vasos retinianos (arteriolares e capilares),
espessamento da camada muscular lisa, membrana
basal e degenerescência hialina.
O atingimento é focal ou difuso, originando uma
acentuação do reflexo arteriolar, secundário
a um espessamento da parede vascular e um
estreitamento do lúmen arteriolar.
Microaneurismas,
manchas
algodonosas,
cruzamentos
A-V,
estreitamento
arteriais
segmentares e diminuição do calibre arterial em
relação às veias (relação de diâmetro A/V normal
0,75-1).
COMPLICAÇÕES:
Oclusão venosa retiniana de ramo.
Macroaneurisma arterial.
CLASSIFICAÇÕES:
Classificação Keith-Wagener-Barker:
1...,147,148,149,150,151,152,153,154,155,156 158,159,160,161,162,163,164,165,166,167,...280
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