RETINA
199
ARCOIDOSE
Doença
sistémica
crónica
de
etiologia
desconhecida.
Caracterizada pela presença de granulomas
epitelióides, semnecrosecaseosaeumaacumulação
de linfócitos T e fagócitos mononucleares,
responsáveis pelas alterações da arquitectura
normal dos tecidos atingidos.
Todos os orgâos podem estar afectados.
Todas as estruturas do globo ocular podem ser
atingidas
113
.
A uveíte da sarcoidose (ocorre em 25-50% de
doentes com sarcoidose) caracteriza-se pelo
aparecimento durante os primeiros meses e é
frequentemente reveladora da doença
114,115
..
EPIDEMIOLOGIA:
Predomínio do sexo feminino (1 a 65: 1).
APRESENTAÇÃO CLÍNICA:
A uveíte anterior é tipicamente granulomatosa
crónica, uni ou bilateral. Os precipitados
endoteliais são em gordura de carneiro. Os
nódulos iridianos são menos constantes: nódulos
de Koeppe, no rebordo pupilar ou os nódulos de
Busacca no estroma da íris.
A uveíte anterior sarcoidósica é hipertensiva,
aguda e unilateral.
A uveíte posterior é encontrada em 10-30% dos
casos, com hialite e atingimento retiniano e
coróideu associados.
Os granulomas coroideos são amarelados se forem
evolutivos, múltiplos e bilaterais.
A principal causa de diminuição da AV na uveíte
posterior é o edema macular cistóide (ocorre em
20 a 60%dos casos). É crónico e não responde
favoravelmente aos corticóides.
O edema da papila, clínico ou angiográfico, é
encontrado em cerca de 40% dos casos.
Periflebites segmentares e focais. Podem ser
oclusivas e acompanhar-se duma isquémia
retiniana.
DIAGNÓSTICO:
Assenta nos critérios internacionais propostos para
a sarcoidose, em 1999
116
.
Sinais oftalmológicos:
•
Precipitados endoteliais em gordura de
carneiro.
•
Nódulos iridianos (Koeppe e Busacca)
•
Sinéquias anteriores periféricas
•
Opacidades vítreas
•
Coroidite periférica multifocal.
•
Periflebite segmentar ou nodular
•
Nódulo coroideu solitário
Sinais paraclínicos:
•
Anergia tuberculínica num doente
vacinado á BCG
•
Aumento do enzima de conversão da
angiotensina sérica
•
Adenopatias hilares bilaterais
•
Perturbação das análises hepáticas
•
Tomodensitometria torácica positiva